Resenha: A hora da estrela - Clarice Lispector

A hora da estrela foi um dos melhores livros que já li. Curtinho, com 87 páginas é um livro que te faz pensar sobre o mundo, sobre o mundo inocente e aquele que acaba se tornando um tanto maléfico. Sabe aquele monólogo que parece que não vai se desenvolver “Proponho-me que não seja complexo o que escreverei", essas são as palavras do autor para começar a narrar o livro.

Clarice torna-se um narrador masculino, o Ricardo S.M., cujo qual vai narrando a história e parece estar numa completa enrolação, mas conforme vai ocorrendo o desfecho a história torna-se maravilhosa. Isso sem contar que você aprende a gostar da personagem mais miserável que você poderá conhecer: Macabéa, que mesmo não tendo nada a apresentar tem tudo, como a inocência de uma pessoa.

“Há os que têm. E há os que não têm. É muito simples: a moça não tinha. Não tinha o quê? É apenas isso mesmo: não tinha.”

Arrisco dizer que ocorre até mesmo um romance chega a aparecer, um romance que dá raiva já que o namorado é o contrário dela e não dá valor a ela. É simples como essa descrição ocorre, pois a imaginação de Clarice e sua escrita que pode ser considerada fantasiosa nos levam até o personagem de maneira diferente, mas ela é ótima e te envolve, conhecendo a personagem que sai do interior para a cidade grande, mas que continua com o pensamento de uma garota que não sabe nada da vida além do que ouve no rádio, mas é isso que ocorre: você se encanta com a personagem.

A escrita de Clarice envolve e te apresenta a vida de alguém que não estamos acostumados a lidar, uma realidade um tanto quanto esquecida. Esse é o segredo de seus livros: a sua fantasia faz com que se torne única.

É uma história diferente e curta, mas que vale a pena cada linha que você lê, vale a pena se jogar nas fantasias da autora e conhecer um pouco mais sobre Macabéa.

Resenha feita por Carla Wolf do Vestindo Ideias